Filme: A Onda (2008)

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Sabe aquele filme que deixa marcas, A Onda é esse tipo de filme. Não vai ser um simples filme que te distraiu por algumas dezenas de minutos. Disponível na Netflix, já sabia da sua existência há bastante tempo, porém nunca escolhia-o. Minha sensação é que eu deveria tê-lo visto antes. Veja antes que saia do catálogo.

Baseado em um experimento social real, o filme mostra a rotina de um professor, no qual queria ministrar aulas de anarquia em uma semana de projetos na escola em que dá aula para o ensino médio, porém, acaba perdendo essa matéria para outro professor e se vê obrigado a ministrar aulas de autocracia. Em sua primeira aula, questiona seus alunos se em uma democracia (o filme passa-se em 2008, na atual Alemanha) pode-se nascer uma ditadura.

Atente-se para as informações passadas pelo próprio professor, que explica o que é autocracia e como uma ditadura surge. Autocracia significa autogoverno. Na autocracia, o individuo ou o grupo tem o poder de mudar as leis se achar necessário. Para seus alunos para um sistema autocrático é necessário uma ideologia, controle, vigilância, insatisfação, e um líder e isso não aconteceria nos tempos atuais com a evolução.

Assim começa um experimento que ele implanta na sua sala de aula. Todos os atos pequenos porém singelos causam efeitos naquela turma. A forma de expressar-se ao “superior” (Sr.Wenger), a marca (A Onda), a forma de andar (marchar) e vestir (o uniforme retira a individualidade e evidencia o coletivo), a saudação (em formato de onda) e outros atos mexem com o pensamento de todos os alunos e começa uma manipulação mental no qual a maioria está imersa. Quem questiona está excluído, quem não segue o padrão também não é reconhecido. Cria-se um nome e com ele um movimento adotado pelos alunos, que cresce e vai além das salas de aula.

O misto entre todos esses atos aplicados sobre adolescentes, no qual não são tão responsáveis, misturados a festas, drogas e álcool intensifica muito o movimento e ele sai do controle e o resultado disso tudo será inesquecível e sem voltas.

O interessante do filme é que ele te faz pensar, desde coisas simples do dia a dia até atos grandes que talvez se encaixe com sua realidade. Você começa a se questionar em todos os lados a manipulação que está em sua volta, das pessoas, marcas, mídia, política e outras tantas ao seu redor. E, se você parou para pensar e questionar, o papel do filme foi cumprido.

Detalhe: Se atente que o Marco é o Wolfgang de Sense8 mais novo.

Filme: Dr. Seuss O’Lorax: Em busca da trúfula perdida (2012)

Dr. Seuss' The Lorax

Esse filme entrou esses dias no catálogo da Netflix, e, sinceramente, não tinha grandes expectativas em relação à ele. Nunca tinha ouvido falar nas histórias do Dr. Seuss, mas pesquisando agora, parece que é bem famoso nos USA. O filme é baseado no livro infantil publicado em 1971 e uma série baseada nesses contos conscientizando sobre o meio ambiente.

O filme que é uma animação, conta a história de Ted, um garoto que vive em uma cidade com sua mãe e avó. A cidade é totalmente fake, não possuindo nada natural. Isso é demonstrado no filme de uma forma totalmente sarcástica, onde as árvores são de plástico com luzinhas que mudam de cor, o gramado é de e.v.a, o ar é engarrafado. O “maior” cara da cidade é o criador do ar embalado, e o ar é vendido como água, onde as pessoas compram em galões de 20 litros ou garrafas menores e sua propaganda parece de enxaguante bucal. E, pensando bem, para uma história criada em meados dos anos 70, atualmente isso não está longe da nossa realidade.

Ted gosta de uma garota chamada Audrey, que sonha ver uma árvore real, chamadas de trúfulas. Ted faz de tudo para encantar Audrey e aí começa sua jornada para achar uma árvore real. Ted conhece UmaVez-Ildo, o ser capaz de conseguir uma trúfula e ele lhe conta sua história. Depois disso começa a aventura de Ted para salvar o ambiente e conquistar Audrey.

Achei uma animação muito bonitinha, sou apaixonada por animações. Além disso, seus dubladores são bem famosos, o Dr. Seuss é dublado pelo Danny DeVito, a Audrey pela Taylor Swift e Ted pelo Zac Efron. Mas, sinceramente, adoro assistir desenhos e animações dubladas, porque nossos dubladores são muuuuito bons e me remete a infância.

Abaixo, a abertura da animação, minha canção favorita:

Seria uma animação bem normal se não fosse nossa realidade. Fico impressionada que as grandes cidades estão tão poluídas, nossa água, ar, natureza estão sendo prejudicados e essa animação demonstra para as crianças o cuidado com o meio ambiente. Quando vi esse quadrinho imediatamente associei ao filme:

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Agora quero ler todos os livrinhos do Dr. Seuss e seria legal que nossas crianças tivessem acesso à esse conteúdo. Para quem quer conhecer mais, há um site em inglês que possui muitas atividades.

5

Filme: Os Croods (2013)

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Os Croods é uma animação da Dream Works que conta a história de uma família na época das cavernas (literalmente). A família Croods é sempre protegida pelo chefe da família, o Grug, que morre de medo do mundo exterior. Eep, filha mais velha de Grug, quer ser livre e descobrir o mundo acaba conhecendo Guy, um jovem que atualmente se vira e aprende os truques com a vida.

Após sua caverna ser destruída, os Croods tem que se livrar do medo e buscar uma maneira melhor para viver, conhecendo muitas coisas novas e descobrindo a maravilha da natureza.

Achei a animação muuuito boa, as cenas mostram ângulos diferentes e realmente queria ter visto esse filme em 3D, acho que seria mais legal do que já foi. Realmente todos mínimos detalhes foram pensados. A história também é bonitinha, mostra uma família “moderna” nos tempos antigos. Me identifiquei com a história do Piteco da Turma da Mônica, principalmente o affair de Eep com Guy.

O filme é voltado para crianças, mas aposto que muito marmanjo vai gostar da história. Uma ótima animação para assistir com a família inteira. Apesar da história não ter nada de especial, levando em conta o público alvo e o nível da animação eu gostei muito.

4,5

Filme: Assalto ao Banco Central (2011)

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Produção brasileira, narra os eventos de agosto de 2005, onde um grupo estimado em 36  pessoas cavaram um túnel de mais de 80 metros e levaram a quantia de R$ 164 milhões do Banco central em Fortaleza.

Dirigido por Marcos Paulo, conta com a atuação de Eriberto Leão, Lima Duarte, Giulia Gam, Juliano Cazarré, entre outros.

Logo depois de ter lido o livro Toupeira: a história do assalto ao Banco Central, assisti o filme. O que posso dizer é que, se não tivesse lido nada a respeito do assunto antes, talvez, eu gostasse do filme. No entanto, como não foi essa a ordem dos eventos, o filme não me convenceu, nem um pouco.

Por muitas situações a história passa batida, por outra, fazem questão de afirmar o que não ocorreu (o envolvimento do PCC, por exemplo, comprovado pelas investigações). A única menção a policiais corruptos é feita por meio de dois agentes isolados, não mostraram os inúmeros sequestros de bandidos e familiares, mortes e extorsão.

Para mim, fica, então, a impressão que é mais um filme feito “pra inglês ver”, onde os crimes não tem envolvimento do crime organizado, a polícia não é corrupta, as mortes de alguns foram ordenadas pelo próprio bando e não realizadas por policiais…

Quase não mencionam o envolvimento de São Paulo no roubo e outros eventos mais que não poderiam serem explicados sem a omissão de algumas informações.

Novamente, como disse no post do livro, tendo muito mais a acreditar na versão que nos foi apresentada por Roger Franchini do que na produção cinematográfica, isso porque, sendo paulista, há sempre aquela sensação do envolvimento do crime organizado…

2,5

Filme: Um Dia (2011)

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Sempre tive vontade de ler esse livro, do autor David Nicholls, mas sempre enrolava e nunca peguei para ler. Então decidi assistir o filme primeiro. Sim, eu sei que filmes nunca saem como os livros, mas pensei que se eu gostasse do filme, leria o livro depois. E, o roteiro do filme foi adaptado pelo próprio autor.

A história gira em torno de Dexter Mayhew (Jim Sturgess) e Emma Morley (Anne Hathaway). Eles se conhecem em 1988, depois de cursarem a universidade juntos. Mesmo suas vidas trilharem caminhos diferentes, todos os anos no dia 15 de julho eles se reencontram e o filme mostra a vida de cada um. Os dois, muitas vezes não seguem os caminhos que projetaram, mas sempre tem um ao outo para se apoiarem. O tempo vai passando até eles estão maduros para encarar os sentimentos que fizeram-lhes aproximar um do outro. Porém, a vida não é tão certa quanto parece.

Achei o filme bem legal de mostrar a realidade e a evolução dos personagens ano a ano (são vinte anos de história). Mas achei a história meio clichê, sei lá, sem muita coisa inovadora e um pouco superficial. A fotografia é muito bonita e adorei o sotaque da Anne  Hathaway, apesar de achar meio forçado.

É uma história bonitinha de amor, mas não espere um fim felizes para sempre. Espero realmente que o livro seja melhor.

3,5

Filme: Confissões de Adolescente (2014)

6

A história se passa principalmente ao redor de quatro irmãs. O pai delas está com dificuldades para sustentar a casa e decide que se mudará para resolver os problemas financeiros, acontece que as filhas não concordam com a ideia.

E aí vai abrindo um leque de histórias, onde cada uma delas passa por problemas. Cristina (Sophia Abrahão) é a filha mais velha, mora sozinha e tenta arranjar uma colega de quarto para dividir as despesas, ao mesmo tempo em que passa por uma fase difícil com o mimado namorado. Alice (Malu Rodrigues) está envolvida com o dilema da virgindade. Bianca (Isabella Camero) diz que possui um namorado, porém ninguém acredita pois nunca ninguém viu. E Carina (Clara Tiezzi), a filha caçula é a mais inteligente e conhece um rapaz “brilhante”.

O filme foi dirigido pelo Daniel Filho e foi baseado em um livro Maria Mariana, que deu origem à série de mesmo nome exibida em 94. Conta também com muitos personagem e se destaca por atores consagrados como Tiago Lacerda, Caio Castro e Deborah Seco. A grande maioria dos atores são do elenco de Malhação.

No geral, achei um filme razoável. Tem partes que ri demais (principalmente com a paródia de crepúsculo) e a história de certa maneira flui. Também acho que não houve um final exato (por isso creio que haverá continuação). Mas a faixa de idade (de 12 anos) na minha opinião está bem baixa (pra mim tinha que ser +16). O filme fala de certos assuntos, porém há claras cenas de sexo, palavrões e outras coisas.

Algumas citações foram bem exploradas, e a realidade foi mesclada com o humor, mas ainda não faz o meu tipo de filme. Talvez pessoas que assistiram à série se identifiquem mais. Foi difícil escolher uma nota, já que ao mesmo tempo que ri muito, achei que o filme não foi bem arrematado.

3,5

Filme: Mary & Max – Uma amizade Diferente (2009)

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Mary Daisy Dinkle é uma menininha de 8 anos que mora na Austrália, tem um pai ausente e uma mãe bêbada, além de um sinal da cor de cocô na testa. Max Jerry Horovitz é um nova-iorquino de 44 anos com problemas sociais. Quando Mary decobre que os bebês são achados em copos de cerveja na Austrália, decide escrever para um americano perguntando onde os seus bebês são achados. Será em latinhas de refrigerante? Disso nasce uma bela amizade por correspondência entre Mary e Max, que acompanha o desenrolar de suas vidas.

Feito todo em animação stop-motion em argila, essa produção australiana que possui Adam Elliot como diretor me deixou até agora confusa. Não porque seja mal escrito, mas sim porque Mary e Max possuem um jeito único de enxergar o mundo, um jeito que ao mesmo tempo que é ingênuo, como uma criança, atravessa situações tão pesadas que você não consegue muito bem associar esse modo de ser ao mundo cruel.

Confuso o quis dizer? É porque até agora me sinto assim em relação à esse filme. Ao mesmo tempo em que possui uma linguagem inocente, mostra um lado sombrio do mundo; ao mesmo tempo que parece ter sido feito de forma ingênua, trata de assuntos sérios, como a adequação das pessoas ao mundo.

Ter sido feito totalmente em “massinha”, creio eu, ajuda a me deixar com essa sensação. E ao mesmo tempo que as peças parecem não se encaixar, elas ficam tão bem juntas que é impossível não se emocionar com esse filme.

A animação de “Mary & Max” é tão perfeita, mas tão perfeita, que as vezes você se esquece que não são atores reais atuando, apesar de ter sido dublado por um time de primeira! A trilha sonora e a narração, então, dão o toque que faltava, como a cereja do bolo!

Apesar dessa perfeição toda na animação, não se engane: “Mary & Max” não é um filme infantil. É um filme para nos fazer refletir acerca do mundo e de nós mesmos!

Achei um vídeo da Telecine que explica um pouquinho mais do filme. Quem sabe não dá pra entender melhor o quis dizer…

Assisti ao filme através da Netflix.

5