Caio, não é só com você

Hoje a internet descobriu a cara de Caio (marido da Jout Jout, se você não conhece o canal dela, passou da hora de conhecer). Caio veio dar as caras para falar que ele mesmo não sabia se denominar, não sabia que raça se nomear. Caio, tenho uma coisa para lhe dizer, isso não acontece apenas com você.

Quem eu sou? Quem é você?

Como definem a cor que está na sua certidão de nascimento?

A minha certidão consta como branca, mas será que só isso pode me descrever? Branca, carimbam em você.

Tenho certeza que branca não apenas sou, talvez o que tenho de menos é branco na minha cor.

Sou filha de um pai brasileiro que tem pais japoneses. Ele nasceu no Brasil, então é brasileiro, mas em seu sangue apenas corre sangue amarelo. Por parte de pai é fácil.

Agora vamos para minha mãe.
Minha mãe é filha de mulata com filho de espanhol. A minha vó era filha de negro com uma filha de italiano. Meu avô era filho de espanhol com uma filha de inglês. O meu bisavô era filho de escravo.

Façamos as contas do meu sangue: 50% japonês, 12,5% negro, 6,25% italiano, 12,5% espanhol, 6,25%inglês e o resto está perdido pelo meio do caminho.

No fim das contas eu não sou nada? Não sou nada ou sou tudo? Tudo de um pouco. Na verdade, eu sou quem eu quiser, mesmo que não me queiram. Se eu quiser ser como os japoneses, serei, mas se eu não quiser, também tudo bem. Se quiser usar turbante, usarei. E se quiser falar italiano, falarei.

Mas uma coisa tento não ser, preconceituosa que crê que apenas uma raça tem o poder.

Somos Brasileiros, a mistura de vários povos. Somos a raça não denominada. Somos a raça não definida. Somos o começo da variedade e talvez o fim da pureza. Somos pretos, brancos, amarelos em só um sangue vermelho.

No fim, somos apenas uma: a raça humana.